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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"A nossa casa"


"A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constróia-a, num instante, o meu desejo!

Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?

Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos, 
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num Jardim

Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim..."



Florbela Espanca

"Soneto do Amor Total"

"Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e amante
Numa sempre e diversa realidade:

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maçiço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude."


Vinícius de Moraes

Há dias difíceis!!!

Caros Amigos,

desde já peço desculpas pelo facto de não vos ter preenchido um pouco das vossas horas a ler os pedaços de pensamentos, entre outras letras e letrinhas.
Com tanto a acontecer em simultâneo, só tenho tido tempo para continuar a dar à corda os ponteiros do relógio da fome com comida, e deitar-me até mesmo antes que o João Pestana bata à porta, ou entre por uma janela.
O trabalho tem sido intenso e ainda bem que assim o é, o portátil decidiu que lhe devia dar uma prenda antecipada de Natal, mandando-o arranjar o monitor, ou quiçá ter de comprar um portátil novo, consoante o valor da reparação que me venha a ser cobrado. Deve achar que o dinheiro anda-me a nascer dentro dos bolsos.
Oh, como eu gostava que assim fosse...pôr a mão ao bolso e por magia as minhas mãos encherem-se de maços de notinhas.
Aquele negro do monitor a olhar incessantemente para mim, desmotiva qualquer um e eu não sou excepção, desmotiva-me a querer ligá-lo a um monitor externo e a escrever.
Hoje enchi-me de coragem, retorqui e dei o primeiro passo e voltei à escrita.

(Espero que não esteja só de passagem...)

Cristina Espalha
23.Novembro.2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A vaguear...

Em sonhos descanso a carne e vagueio por quintas e quintais, lugares extraordinários, exuberantes, conheço e reconheço quem por mim se cruza.
Ganho asas e voo.
Salto rochas e rochedos sem ter medo do medo.
Que coisa fascinante, poder em algumas horas ser tudo o que gostaria e fazer tudo o que a realidade não permite.
É como se a minha alma saísse do meu corpo e ganhasse a vida - a vida que não tenho.
Até que ponto, nós seres humanos, não temos duas vidas???


Cristina Espalha
14.Novembro.2011