Se o Zé Povinho já anda com a mesma roupa à muito tempo, qualquer dia anda, tal e qual, como veio ao Mundo.
Só para termos uma noção de como vamos sobrevivendo neste País, que está AINDA a atravessar uma crise - instalada e criada pelos nossos governantes, que para liquidar esta dívida ao FMI, irá mais uma vez sair dos bolsos, já semi-vazios e rôtos, por onde vão escapulindo moedinhas para ali, para aqui e/ou para acolá.
Vejamos agora, uma síntese de excertos de quatro artigos publicados no Jornal "Folha de Portugal", datado de 24 de Abril de 2011, que retrata bem o ponto a que chegámos.
(Não recomendado a pessoas que tenham preguiça em ler qualquer coisa extensa ;-) LooooL)
"POLÉMICA AUMENTA COM CORTES NA SAÚDE"
" (...) Sabe-se que existem hospitais como a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, que está a pedir aos pais que comprem fraldas e leites terapêuticos, que substituem o leite materno, durante o internamento, ou a falta de medicamentos, denunciada através de um caso de um paciente no Hospital de Cascais, o qual revelou ter tido que levar medicamentos de casa. E surge ainda o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) a alertar para as restrições do material clíncio e terapêutico, tais como os pensos para os doentes acamados. "Os enfermeiros querem prestar cuidados e não podem. Têm de encontrar soluções porque em muitas unidades tardam a repor os fornecimentos", dizem.
A responsável do SEP dá o exemplo da falta de pensos para colocação em úlceras, em pessoas acamadas. "Quando chega a altura de mudar o penso e não há o kit adequado, os enfermeiros têm de fazer o tratamento com outro material, que não tem o mesmo efeito terapêutico".
A administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo considera inadmissível a questão da falta de medicamentos nos hospitais, apelando, portanto, aos utentes que denunciem os casos.
A MINISTRA CONTRARIA IDEIA
Assim que Ana Jorge, ministra da saúde, foi confrontada com estes casos, veio a público negar a falta de medicamentos. "Não vai haver falta de medicamentos para as pessoas que precisam deles e essa é a segurança que temos que dar aos nossos utentes", disse à agência Lusa.
Em relação ao caso da falta de medicamentos no Hospital de Cascais, a governante refere que "é um problema da responsabilidade exclusiva do Hospital, como é óbvio". Adiantando ainda que esta situação em particular nada tem a ver com a crise financeira e assegurando que os hospitais têm "capacidade de resposta."
100 MILHÕES DE EUROS
É quanto o ministério da saúde quer poupar com cortes nas despesas de medicamentos, de meios de diagnóstico e de recursos humanos.
SEM ÁGUA NEM CEIA
Alguns hospitais já deixaram de fornecer àgua gratuita aos utentes e as ceias aos profissionais de saúde."
(Artigo da autoria de: Sara Damásio)
"QUASE 800 QUEIXAS DE CORRUPÇÃO EM 4 MESES"
"É este o cenário actual segundo a PGR, continuando a corrupção a ser uma realidade em Portugal e dirigindo-se o maior número de queixas no sector público.
(...)
CORRUPÇÃO ABRANGE...
A corrupção é a prática de comportamentos desviantes e está, muitas vezes, ligada à ideia de que o "poder corrompe". Abarca, sobretudo o suborno, as gratificações ilegais, a extorsão, o "conflito de interesses", ou seja, a realização de um acto prejudicial à instituição a que se pertence para obter vantagens noutra a que secretamente, se está associado.
É este, hoje em dia, um tipo de crime que atinge o cidadão comum, envolvendo as instituições que o representam, criando-se assim um mundo paralelo de favores, pagamentos, organizações secretas, offshores, crime económico organizado, branqueamento de capitais, etc.
(...)
QUEIXAS: Sector Público - 320; Sector Privado - 266; Sector Desportivo - 4; Comércio Internacional - 11 e Outras Áreas - 65.
Encontram-se desde 2010, 351 casos de corrupção pendentes. (...)"
(Artigo da autoria de: Sara Damásio)
"DESEMPREGO ATINGE NÍVEIS "HISTÓRICOS""
"Não é novidade para ninguém que os valores do desemprego tenham atingido valores nunca antes vistos, que o índice de jovens sem emprego seja muito alto ou que o desemprego de longa duração seja elevado. Só que, agora, o total de casais desempregados aumentou 171% em apenas 4 meses.
(...) E para se poder ter a noção do que representa este aumento de 171% pode-se ver que em Outubro de 2010 eram 1.530 casais e que em Janeiro de 2011 passou-se para 4.152 casais. No entanto, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ainda não divulgou a divisão dos dados de casais desempregados por região referentes ao mês de Janeiro de 2011, sendo conhecidos somente os referentes ao mês de Outubro de 2010 e dos 1.530 casais desempregados: 596 são do Norte; 414 de Lisboa e Vale do Tejo; 240 da região Centro; 150 do Alentejo e 120 do Sul.
(...) O número de jovens desempregados en Portugal atingiu níveis muito elevados, no entanto, entre Outubro de 2010 (197 mil) e o princípio deste ano houve a registar um ligeiro decréscimo (196,9 mil).
(...) E nesta fase do ano poderemos vir a ter uma descida sazonal da taxa de desemprego, uma vez que estamos a chegar à época alta do turismo, onde, normalmente, se verifica uma quebra do número de desempregados e um aumento da oferta de emprego, principalmente no ramo da hotelaria. Aqui teremos o Sul do País a liderar o top da descida da taxa de desemprego e se tomarmos como referência as mini-férias da Páscoa, época em que as unidades hoteleiras do Algarve estarão com taxas de ocupação a rondar os 90%, poderemos cogitar que nos meses de Verão a situação poderá vir a melhorar ainda mais."
(Artigo da autoria de: João Filipe)
"RECONHECIDOS COMO EXEMPLO DE SUCESSO"
"Em Portugal são registados, em média, apenas três mortes por cada mil nascimentos, número que nos faz ficar acima da média europeia, de 6,3 nados-mortos por cada mil nascimentos. À nossa frente, neste ranking, ficam apenas países como Finlândia e Singapura, com 2 mortes por cada 1000 nascimentos, e a Dinamarca e a noruega, com uma média de 2,2. Estatísticas que foram obtidas através dos registos de nascimentos e de mortes em 79 países, pesquisas em 39 e estudos em 42 países envolvidos à volta de 69 autores, de cerca de 50 organizações, de 18 países, os quais publicaram sobre o tema seis artigos científicos, dois trabalhos de pesquisa e oito comentários, em 2009.
(...)
Em 2008, a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocava Portugal na quinta posição do ranking de países, a nível mundial, que mais contribuíram para reduzir o número de óbitos, em geral, desde a década de 70. Nessa altura, também já se destacava o nosso desempenho na diminuição da taxa de mortalidade infantil e na mortalidade perinatal (número de mortes fetais, de 28 ou mais semanas de gestação, e óbitos de nascidos vivos, com menos de sete dias de idade). Entre 1970 e 2008, Portugal conseguiu reduzir a mortalidade perinatal em 71%, a mortalidade infantil (em crianças com menos de 1 ano) em 86%, de crianças em 89% e a materna em 96%, isto segundo um relatório da OMS. Já entre 2001 e 2008, a taxa de mortalidade perinatal baixou em 25,9%, passando de 5,4 por cada mil nascimentos para 4,0.
TECNOLOGIA TRAVA MORTALIDADE
"O risco de mortalidade infantil foi de três crianças por cada mil nascimentos realizados com ajuda de monitorização e de 3,8 por cada mil nascimentos sem monitorização", foi este o resultado de um estudo sobre o uso da técnica de monitorização do feto, realizado nos Estados Unidos da América e que, segundo o Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Obstetrícia, João Luís Silva Carvalho, é o maior alguma vez feito sobre nascimentos. "A monitorização reduz a mortalidade neonatal para 53%" e mesmo assim, em Portugal, ainda nascem perto de mil bebés longe dos hospitais e das maternidades."
(...)
(Artigo da autoria de: Sara Damásio)
Com tanto desemprego, tanta corrupção escondida (ainda), com faltas na saúde, encontrar algo de bom, começa a ser extremamente raro, mas ainda assim se encontra, como se verifica no caso da Natalidade e na redução dos números de nados-mortos.
Com a situação do País assim, ironicamente falando, creio que teremos alguma dificuldade em manter esta relação entre o País e o Povo sã.
Deixo-vos no ar perguntas como: Como recomeçar a viver? Será que a única alternativa é fugir para podermos VIVER (e não sobreviver) com dignidade?
Cristina Espalha
30.Abril.2011
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