Total de visualizações de página

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Não sei...viver assim!


É difícil viver-se no meio de tantos vazios que vão preenchendo aquilo que rotulo de vida.
Foram muitas as vezes que achei que a minha postura poderia fazer a diferença, a minha presença era o bastante, hoje deixei de parte essa fé, que ainda transpirava.
As minhas palavras são ocas, para quem deveriam ser a ponte de salvação.
Como se consegue viver assim, no epicentro de um tornado que destrói tudo e todos, sabermos que precisamos fugir e mesmo assim, ficamos inertes, adormecidos à espera de um fim, seja ele qual for, desde que faça com que tudo termine, tudo deixe de "atormentar"?!
Não sei o que faça, não sei o que diga, não sei se vou a tempo ou sequer, que valha a pena.
Preocupa-me a decadência humana, e mais ainda, assusta-me o futuro desta humanidade.


Cristina Espalha
14.Novembro.2012

A tua Chegada...


A chuva cai.
Queria tanto sentir o bater do teu coração dentro de mim, dizer que me pertences a cada batida, que és parte do meu todo, o todo que me completa como mulher...mas não te tenho, não estás aqui.
E a chuva lá fora não pára de cair ressoando em mim a vontade, o desejo de irmã, mãe e mulher...
Aguardo com ansiedade a tua chegada, como quem aguarda a vinda do marido pescador em tempo de tempestade, maré alta...
Não foste para voltar, mas vem, estou aqui!


Cristina Espalha
12.Novembro.2012

sábado, 13 de outubro de 2012

Rabiscos


Rabisco a muito custo, quase num acto auto-imposto, para me impedir de cair na desistência.
Assim foi o mês de Setembro, nada escrevi e podia ter escrito tanta coisa, mas o tempo foi curto, a paciência também e as palavras não sairam.
Talvéz também elas tenham pressentido a chegada da época mais 'down' do ano.
Há mais de uma semana que não pinto as unhas, e continuo sem vontade de o fazer.
Foi bom recordar o entusiasmo e a dedicação com que preenchia o meu tempo a tratar delas, depois de ter finalmente deixado o vício de as roer, por hora deixei-as ao natural, longe das cores vivas e alegres do Verão, que orgulhosamente as mostrava no acto de vaidade da minha parte, a quem quer que passasse por mim.
Quase me atrevo a dizer que actualmente encontro-me à espera de algo bom e positivo na minha vida, que me provoque uma explosão de boa-disposição e alegria, um sorriso no olhar sem precisar gesticular a boca.
Tenho na ideia, umas quantas coisas que poderiam eventualmente preencher esses requisitos, mas se tudo fosse assim tão fácil, perderia a "graça" da dificuldade na conquista e isso tornar-se-ia banal.
Mesmo estando num registo mais intro, sério do que o habitual, vou fazendo coisas de que gosto, uns naprôns aqui, umas quiches ali, uns bolos acolá, e o meu porquinho mealheiro que se encontra lá longe, na prateleira é que vai ficando mais satisfeito ao ver o volume do seu perímetro abdominal mais saliente.
Tentar não custa, mas por cá andarei, eu e as minhas letras, sempre que o meu coração assim o queira e as mãos me deixem transmitir as mensagens que ouvem para o papel.
Como costumo dizer: In Té...

Cristina Espalha
12.Outubro.2012

06 de Outubro


Fugi de Lisboa,
mas não de ti.
A minha tensão nervosa, característica em viagens, principalmente nocturnas, desapareceu no momento em que comecei a falar de ti, e a viagem tornou-se mais suportável, mais leve, só mais tarde me apercebi que o fiz, no mesmo dia que, á 10 anos atrás te dizia Adeus. (Curioso)
Pior que esse dia, só mesmo o dia a seguir, quando punhados de terra, deitaram por terra, a minha já escassa esperança de que não te tivessem vindo buscar, tão cedo.
Prometi-te tantas vezes, que me virias casar, que conhecerias os meus filhos antes do teu olhar se fechar, mas a tua hora chegou e eu não estava por cá para não te deixar ir.
Graças à minha teimosia, que tão bem conheces, não te deixo ir (agora), não te esqueço, perdoa-me e ajuda-me a gozar da dádiva do perdão em mim mesma.
Ainda não me casei, nem tenho rebentos, mas serás sempre a primeira a saber, prometo!



Cristina Espalha
12.Outubro.2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Frases ditas por Célebres - Part XIX



"A arte de agradar muitas vezes encobre a arte de enganar"
----------Máxima Hassídica (Textos Judaicos)----------


"Nunca falar de si mesmo aos outros, e falar-lhes sempre deles mesmos, é a essência da arte de agradar. Cada um o sabe e todos o esquecem."
----------Jules Goncourt----------


"Amor e ódio são os dois mais poderosos afectos da vontade humana."
----------António Vieira----------


"O que é acaso em relação aos homens é desígnio em relação a Deus."
----------Jacques Bossuet----------


"Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar; após a filosofia a acção é indispensável."
----------Victor Hugo----------


"Não há coisa que mais nos engane do que o nosso juízo."
----------Leonardo da Vince----------


"É comprida a estrada que vai desde a intenção até à execução."
----------Molière----------


"Ao menos uma vez por dia deve-se ouvir uma pequena canção, ler um poema bem escrito, olhar para um belo quadro e, se possível, dizer algumas palavras sensatas e compreensivas."
----------Goethe----------


"Assim como a semente traça a forma e o destino da árvore, os teus próprios desejos - bons ou maus - é que te configuram a vida."
----------Emmanuel----------


"A infelicidade é a nossa maior mestre e amiga. É a que nos ensina o sentido da vida."
----------Anatole France----------


"Quando apontares com um dedo, lembra-te de que os outros três dedos apontam para ti."
----------Provérbio inglês----------


"As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais."
----------Fernando Pessoa----------


Cristina Espalha
24.Agosto.2012

Disparates - By Myself - Part II


Continuando a onda de partilha tanto pela tristeza, como pela alegria, deixo-vos aqui a última parte de alguns dos meus disparates proferidos sem pensar:


"Foi o vento que me levantou o rabo" - Quando deveria ter sido "(...) levantou o vestido"


"A cabeça (do Peixe) é boa porque tem ossos para chupar" - Quando deveria ter sido "(...) porque tem espinhas para chupar"


"Estou a fazar o que me pediste" - Quando deveria ser "...fazer..."


"O chinelo é aquela coisa que se mete com o pé no dedo" (Sem comentários possíveis)


"Estou a ficar sem pouca bateria no telemóvel" - Quando deveria ser "...com pouca bateria..."


"Ontem vi um pombinho bebé ainda com poucas asas" - Quando deveria ser "(...) com poucas penas"


"Já viste a trombada de água que está a cair?" - Quando deveria ser "...tromba de água..."


"Isso não está correcto, está só errado" (Sem comentários)



Cristina Espalha
24.Agosto.2012

"Troca de Saudades"


Escrevo-te no silêncio porque sei que me ouves,
nestes escassos minutos de pausa, em que o tempo parou só para mim,
para te dizer que a saudade aperta, de ti.
Sinto-me vestida com um espartilho sem o ter,
a respiração torna-se limitada e preciosa...
...preciosa demais para se desperdiçar em vão.
Vem soltar-te comigo, beber um café na sombrinha,
sentir o paladar e a quentura desta "especiaria" arábica,
contrariando a frescura da aragem, na esplanada, repousando.
Troquemos palavras sem trocar ou falar
imaginemos coisas e façamo-las, só com o olhar.
Vem!!
Vem encher-me o rosto de jovialidade
nutrir com as proteínas do amor,
a dieta que se me impõe (diariamente)
fita-me com sensualidade
cada centímetro do meu corpo
e leve, levemente
toma-o como teu, enrolado em lençóis de seda
só tu e eu - os dois - ao luar.


Cristina Espalha
24.Agosto.2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Arrependimento



Arrependo-me da boa pessoa que sou, e por vezes do bem que faço, para quem não o merece.
Infelizmente só me apercebo disto, tardiamente, depois de ter dispendido o meu precioso tempo e ter dado o melhor de mim, em vão.
De nada me servem palavras de consolo, ou de pura cortesia, quando observo os gestos, as atitudes demasiado desprendidas, denunciando a insignificância da minha boa vontade.
O meu corpo treme, evidência o nervosismo que me consome naquele momento e contenho as lágrimas, mordo a língua prepositadamente para não proferir o que se encontra engasgado na minha garganta, que nem sobe, nem desce, mas incomoda.
Não consigo olhar, e enquanto não digerir cinismos e hipócrisias, tudo coisas que abomino, é preferível continuar sem falar.

Cristina Espalha
31.Julho.2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Disparates - By Myself - Part I


Numa onda de partilha tanto pela tristeza, como pela alegria, deixo-vos aqui alguns dos meus disparates proferidos sem pensar, para que possam igualmente dar uma valente risada (eu fui a primeira a dar):


"Está-me a sair o pé" - Quando deveria ser "(...) o chinelo"

"O xixi está-me a fazer pressão no estômago" - Quando deveria ser "(...) na bexiga"

"Não posso ver baralhas á minha frente" - Quando deveria ser "(...) baratas..."

"É stressamente proibido!" - Quando deveria ser "É expressamente..."

"Não grites aos meus ofícios, aos meus ofícios não" - Quando deveria ser "(...) ouvidos"

"A mulher puxou o cão para a árvore para ele cantar" - Quando deveria ser "(...) para ele cagar"

"Se beber esse chá e me encher os pés já sabes o que foi" - Quando deveria ser "(...)inchar os pés..."

"Eu só tenho um leurónio louro" - Quando deveria ser "(...) neurónio louro"

"Ainda vou ficar com um torcicolo neste pescoço" - Quando deveria ser "(...) torcicolo no pescoço"

"Eles não têm tropeçário" - Quando deveria ser "(...) preçário"


Cristina Espalha
30.Julho.2012

Passos e Compassos da Solidão


Passeio sem destino, ouvindo apenas os meus passos, pé ante pé, sozinha...
Sozinha e sem hora para voltar.
Ando por lugares incertos, buscando respostas às perguntas que a vida me coloca.
Certos são os compassos de tempo, que passam tão depressa que não nos apercebemos...e tão devagar quando olhamos para eles à espera que corram...
Maldito silêncio que me mata por dentro.
Maldita solidão que me corrói, fere e molda em mim, um sentimento de amargura, revolta 
e me impede de gritar, por muito que queira, esta dor calar!


Cristina Espalha
30.Julho.2012

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Fuga


Fujo.
Porque foges?
Tenho medo.
Porque tens medo?
A vida é uma mera passagem térrea,
então... passemo-la juntos,
enquanto as nossas almas não se dispersam no Cosmos.
Coloquemos os corações ao alto
e saltemos para a aventura!


Cristina Espalha
13.Julho.2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Galho Quebrado


Sou um galho quebrado de uma jovem árvore.
Um galho que ainda não caiu, mas que vive na incerteza da iminente queda.
Um galho tenro, que cedo quebrou e afastou de si a possibilidade de crescer, de se subdividir em várias ramificações, tentando sempre alcançar tocar no vidro da janela, em dias de grande ventania.
Luta todos os dias contra as adversidades sazonais provando que vale a pena tentar e acreditar uma, outra e tantas mais vezes, as que forem necessárias para conseguir manter-se unido à árvore.
Passa o Outono, Inverno, Primavera e Verão, 
passa animais e multidão,
esquece-se do tempo e do porquê de tanta preocupação, 
vive o momento presente sem ter medo de cair...caindo deixa de existir!


Cristina Espalha
06.Junho.2012

terça-feira, 5 de junho de 2012

Words, Thoughts and a Lot of Silence



Palavras que dilaceram qualquer laço, por pequeno que seja e com elas trazem a distância vincada,
quase auto-imposta,
quebrando a ínfima e remota vontade de uma possível aproximação.
Quero, não querendo...
Não querendo, anseio...
e por entre indecisões palpitantes,
vou vivendo.
Contemplo querendo morder,
Mordia com desejo de comer!!


Cristina Espalha
05.Junho.2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Férias


Digo-te "adeus" - trabalho (por um período limitado) - que me prendes deliciosamente no dia-a-dia, digo "olá" à saudade que começa a aparecer, à medida que o dia da partida se aproxima, das pessoas que deixo por cá.
Odeio partidas, são sempre tão tristes as despedidas, com a lágrima no canto do olho e um nó na garganta a sufocar as últimas palavras, que mesmo engasgadas vão sendo ditas a sorrir, deixam-me aflita por não ficar.
Inquieta-me a mente, pensar que possa acontecer algo na minha ausência, cuja minha presença pudesse fazer a diferença e isso impede que me mantenha tranquila e confiante na viagem.
A preocupação instala-se ao lado da preguiça em fazer a mala, que mais tarde ou mais cedo, acabará por ser feita.
Fica a promessa de um regresso breve, acompanhado de boa-disposição, já habitual em mim, quiçá uma fatia de bolo, novidades e uma dose de energia totalmente renovada para arregaçar as mangas e trabalhar.


P.S: Um especial agradecimento a todos aqueles que me proporcionaram estes dias e aos que ficarão (atolados de trabalho) para que as minhas férias possam acontecer. Obrigada!
I Will Never Forget It!!!

Cristina Espalha
10.Maio.2012

Atracção


Ai, ai, ai que vontade louca e desenfreada ando tímidamente a controlar, 
essa vontade de te agarrar, encostar-te à parede,
lançar-te o meu olhar mais sensual e beijar-te.
Um beijo longo/demorado, com tudo o que se possa imaginar.
Será que resistias? Ou será que te rendias ao calor voráz do meu peito amassado em ti?
Imagino a tua respiração ofegante de quem não consegue controlar a situação, os teus braços querendo afastar-me como se afasta o fruto proibido, mas ao mesmo tempo querendo ter a força para ceder, puxando-me para ti.
Dá-me o prazer de te manteres inerte, para que possa finalmente saborear-te.
Quero saber a que sabe o teu corpo, sentir o teu cheiro, se beijas como um animal selvagem...ou se essa tua pose perante tudo e todos é apenas reflexo da tua meiguice natural.
Gosto do teu olhar. Gosto do teu sorrir. Atrais-me!


Cristina Espalha
09.Maio.2012

Incerteza


Por momentos deixo, de te ouvir e abstraío-me.
A tua voz continua a perpetuar e a ressoar nos meus tímpanos, mas estou longe.
As palavras entram e andam por lá a dançar, parecem crianças tontas, aos pulos.
Os meus pensamentos esvoaçam à medida que olho para ti...e perco-me a pensar se haverá mais caminho a seguir ou se já cheguei ao término da linha que nos conduz.
Penso, penso e torno a pensar enquanto o meu olhar fixou o teu.
Sucinta a minha resposta: Não sei...
As ambições/desejos são tão díspares, que racionalmente aceno com a cabeça afirmativamente - eis chegado The End, mas o coração atraiçoa-me pelas costas - a minha verdadeira fraqueza - e o teu olhar catito, piscam-me o olho e dizem-me: continua.
Estaremos então, perante uma fase de turbulências(?), Condenados à despedida ou ainda temos muita coisa p'ra ser vivida??



Cristina Espalha
08.Maio.2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Deus


Oh Deus, ser celestial
abarca-me em teus braços calorosos, aconchega-me
dá-me um pouco do teu colo tranquilizante, onde me deito sem malícia
coloca sobre mim essas tuas mãos sagradas, que me protegem de todo o mal,
e abençoa-me com o teu imenso Amor.
Dai-me um porto seguro onde possa repousar
e recarregar energias,
não me deixes agonizante
quer seja noite ou dia.
Ajudai-me a seguir o melhor caminho
no meio de tantos cruzamentos que tem a vida,
e nunca me deixes sozinha
com os meus pensamentos.


Cristina Espalha
04.Maio.2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Folha Seca"


"Folha seca, desprezada,
Em turbilhão vagabundo, 
Vôas leve, descuidada
- Coisa vaga pelo mundo.

E ressaltas sem um queixume, 
Num virote, desgarrada.
Folha seca, inútil coisa, 
Arrastada, amarfanhada!

És fugaz como o amor, 
Passageira como a vida, 
Corres louca, desvairada, 
Sem parança nem guarida.

Folha seca, peregrina,
És como o ciclo da vida,
Cumprindo efémero destino.
Oh, eterna ilusão perdida!

Folha seca sem esperança
Pelo vento agreste levada,
Ao acaso, sem destino,
És minh'alma amargurada."



De Mário Furtado
in Corpo Pervertido
em mágoa pura

O Amanhã


É difícil abstraír-nos do poder que a tristeza tem sobre nós quando fechamos a porta e lá fora deixamos o Mundo que desconhece a nossa outra face.
A porta fechou-se e cá dentro, rodeada de paredes brancas, vazias, que nada dizem, apenas ouvem...

...e que por momentos parecem amistosas, por outros autênticos carrascos, descarrego a dor que me acompanha, tiro a máscara que todos conhecem e a que todos lhes apráz vivamente.
Choro como uma criança pequena, emociono-me ouvindo música, pensando no que partiu, no que deixou de ser, no que talvez não regresse.

O tempo passa a uma velocidade estonteante, a idade aumenta, e, comigo permanece o "dom" de tentar chegar a todos, e a todos de alguma forma ajudar, mas tenho pena que "esse dom" não tenha poderes mágicos e cicatrizantes em mim.

E depois de me distraír ao tentar afastar estes fantasmas reais, aqui escrevendo, deito à noite, a cabeça no travesseiro e digo p'ra mim mesma, amanhã será outro dia, poderá ser amanhã - o AMANHÃ que tanto espero - e fecho os olhos e apago as lágrimas que chorei!



Cristina Espalha
03.Maio.2012

sábado, 7 de abril de 2012

Véspera de Páscoa

Sinto uma tristeza desmedida dentro de mim...não sei porque de repente fiquei assim...
...estava bem, mas agora não consigo parar de chorar.
Não sei se terá algo a ver com as festividades ou se é a minha alma a manifestar-se, dizendo que, não estou feliz, não tenho a vida que quero, nem tão pouco ando lá perto.
Quero ter uma casa, uma vida a dois, quiçá a três. Tenho quase 31 (anos) e não tenho nenhuma das três.
Sigo um caminho diário e monótono entre casa, trabalho e casa, trabalho e compras. Por vezes lá vou almoçar ou jantar fora, e noutras, terceiros a rodear-me em grandes paródias, mas continuo a ver tanta gente a ultrapassar e eu não tenho onde me agarrar.
Mantenho-me à espera, como à espera está, outrém que o seu click surja.
Talvez aí o meu click, emparelhado, tenha pernas para andar e algo se construa.

Cristina Espalha
07.Abril.2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sinto falta de ti!

Que saudade desse teu tocar no meu cabelo, com as tuas mãos enrugadas das agruras da vida, e lentamente passavas o pente, de cima para baixo, tão devagarinho que quase nem sentia...
...baixinho, dizias: "já está bom", "tens um cabelo bonito"... e eu ao sabor de todo o cuidado que tinhas ao pentear, e por mais que soubesse que nada mais havia a fazer, insistia contigo, dizendo: "ainda não está, falta aqui deste lado", e lá continuavas a brincar com o cabelo, o jogo das carícias.

Que saudades tenho em mostrar a minha vaidade, quando comprava roupa nova, ou quando cortava o cabelo...e lá dizias tu: "estás bonita..."

Falaste muito, metade não ouvi, e quando deixei de ouvir, bateu a saudade de ti, do pouco que ainda dizias, e a importância que isso tinha, e tem para mim.
Resta-me a lembrança da tua voz ao falares assim e do teu rosto que perdi.

Desculpa...


Cristina Espalha
02.Abril.2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

A Gula e o Aniversário

A minha Gula fez-se literalmente ao Aniversário do meu Pai, sem dó nem piedade, mostrou-se imperativa e eficaz.
Não deixou espaço no tempo, nem no Bolo em si, apenas restou o vazio de um prato com vestígios de umas tímidas migalhas.
Os morangos ganharam pernas e voaram, quando dei por mim, até eles tinham desaparecido...
A minha ira depressa foi apaziguada, quando olhei sem querer para a minha barriga, e pude ver a minha gula saciada.
Muitos foram aqueles, que apenas contemplaram com o olhar, mas verdade verdadinha não há nada como o provar.
Meu pai fez anos, os Parabéns foram cantados e o bolo e os morangos foram papados!!!

Deliciem-se com a imagem e chorem por a sobrevivência do bolo ter durado um dia.

Cristina Espalha
30.Março.2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Queda de um Anjo



Voas, voas, com as tuas delicadas asas, frágeis como o vento que te leva, de poiso em poiso...

Não voes muito alto, que as alturas causam vertigens e as vertigens quedas, e as quedas a destruição do teu ser angelical.

Voa, voa, em plano baixo, acompanha as aves, flui, sente a energia e a força da união, sê a força que te falta e emerge das cinzas, tal fénix esquecida...
...e transforma esse teu mundo quebradiço, numa estrutura de sólidas fundições.

Esquece quem tu és, mas lembra-te sempre de quem poderás vir a ser, com ou sem asas.


Cristina Espalha
26.Março.2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Carnaval

As máscaras saíram à rua, deram cor e alegria ao dia em si, e vida a inúmeras personagens, que durante todo o ano, se encontram escondidas entre nós, desde pequenos a graúdos, todos desejam nem que seja apenas uma vez por ano, vestir a pele do seu herói/heroína (ou do que ambicionavam ser).
É caso para dizer que eles estiveram por todo o lado, andaram de transportes públicos, foram às compras, beberam café em esplanadas...(só não sei se chegaram a ir trabalhar assim)
Chega até a ter alguma piada, vê-los a circular alegremente com as suas fatiotas, tão naturalmente, que fico a questionar-me se fosse possível o Carnaval durar mais tempo, se andaríam assim todos os dias ou se é mesmo só por o Carnaval ser só um dia por ano.
Claro que o Carnaval para mim enquanto fui criança, teve a sua magia, porque sabíamos brincar e divertirmo-nos, à medida que o tempo foi avançando e eu acompanhando a evolução (obviamente), hoje sou adulta, mas com o espírito de uma criança, gosto de ser ainda assim, contudo, o Carnaval deixou de ser uma altura mágica.
A magia perdeu-se quando observei enquanto adulta, que as crianças/jovens hoje em dia já não sabem brincar neste dia, e julgam que, o Carnaval é atirar bombinhas e balões de água, entre outras coisas sem graça.
Adorei ter visto os bebés e as crianças pequeninas, acompanhados dos seus pais, todos mascarados, fez-me recordar a importância que este dia tinha para mim na infância, o dia em que me podia pintar e sair de casa (se quisesse) de pijama que ninguém se importaria...
Mas não passou de mais um dia!




Cristina Espalha
28.Fevereiro.2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Frases ditas por Célebres - Part VIII




"O homem que faz as coisas comete muitos enganos; mas o maior erro é não fazer nada."

----------Benjamim Franklin----------


"Mente desocupada é oficina do Demónio"

----------Provérbio Popular----------


"Dizem que o tempo muda tudo, mas na verdade, é você que tem de fazer as mudanças."

----------Andy Warhol----------


"A preguiça anda tão devagar que a miséria facilmente a alcança."

----------Benjamin Franklin----------


"A conduta é a reflexão da personalidade."

----------Ricardo Semler----------


"A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram."

----------Adam Smith----------


"A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que se ganha, mas o que ele nos torna."

----------John Ruskin----------


"Não é por ter sido honesto uma vez que se pode passar o resto da vida a descansar."

----------Jean Paulhan----------


"É melhor morrer tentando fazer o bem do que conservar-se vivo por praticar o mal."

----------Lázaro Cárdenas----------


"A ociosidade é a mãe de todos os vícios."

----------Ralph waldo Emerson----------



Cristina Espalha
13.Fevereiro.2012

Dia S. Valentim

Segundo reza a história, este é um dia de homenagem a S. Valentim - um bispo que, contra as ordens do Imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras, acreditando que os solteiros combatiam melhor se continuassem assim, casou-se secretamente.
Quando foi descoberto, S. Valentim foi preso e condenado à morte.
Enquanto estava na prisão, muitos jovens enviavam-lhe flores e bilhetes (onde diziam que acreditavam no amor).
Antes da execução, apaixonou-se pela filha cega de um carcereiro, à qual devolveu a visão e a quem escreveu uma mensagem de despedida, crê-se que assinando como "seu namorado" ou "do seu Valentim".
"Considerado mártir pela Igreja Católica, a data da sua morte - 14 de Fevereiro - também marca a véspera de lupercais, festas anuais celebradas na Roma Antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimónio) e de Pan (deus da Natureza).
Outra versão diz que no séc. XVII, ingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de São Valentim, como a união do Dia dos Namorados. A data foi adoptada um séc. depois nos Estados Unidos, tornando-se o 'The Valentine's Day'.
E na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de Fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do (a) amado (a)".
Actualmente caíu em desuso o deixar mensagens na porta, mas continua-se a trocar mensagens de amor, mais electronicamente e/ou também de objectos simbólicos alusivos ao Amor, como símbolos mais característicos o "coração" e o "cupido com asas", que podemos encontrar nos cartões comercializados para este dia.
Continuo a pensar que, apesar do excesso do consumismo  neste dia (não obstante a quem gosta de oferecer algo), estas ofertas deviam ser oferecidas mais com o coração e menos como uma "obrigação imposta" pela celebração.
Hoje já não se perde tempo a fazer coisas para ofertar neste dia.
Porquê?? Porque já está tudo comercializado, pronto a ser comprado, sem qualquer tipo de perda em fazer e de tempo.
O valor das coisas feitas por nós mesmos, perdem o valor aos olhos d'outrém em comparação com tudo o que se é comercializado.
E com isto vos deixo no pensamento, para que possam reflectir antes de gastarem o pouco que têm...



Cristina Espalha
13.Fevereiro.2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PARABÉNS - Caixinha das Memórias

É com enorme prazer que vos informo caros amigos, que no passado dia 01 de Janeiro deste ano, o meu Blogue que tem feito as delícias e/ou saciado a curiosidade de terceiros, fez 1 Ano de existência.
Posso portanto dizer que estou muito feliz por ele e por mim, que coloquei a minha determinação na bandeja que lhe servi para que se mantivesse vivo todos estes meses.
Consegui cumprir mais este desafio pessoal a que me propus, sem mesmo saber se iria estar à altura.
Confesso que excedeu as minhas expectativas e conta já com mais de 3000 visualizações.
A TODOS o meu Muito Obrigada!!!
PARABÉNS Caixinha das Memórias, as memórias de um livro ainda por acabar, que dia-a-dia vai sendo escrito, apagado e rasurado, à medida que se justifique fazê-lo, de acordo com os vários estados de espírito pelos quais já passei e os que ainda irei passar e tantas outras novidades que considere dignas de serem retratadas.
Um Ano de desabafos, pensamentos, poesia, anedotas, frases célebres, curiosidades interessantes, tudo isto para vos dar a conhecer um pouco de mim, e dar voz às palavras que transponho para o papel.
Que este ano seja o primeiro de muitos...e que os anjos me guiem pelos caminhos das letras!!!

Cristina Espalha
26.Janeiro.2012

2012

O ano começou de forma calma e pacífica.
Muito se espera deste ano, para uns poderá ser o ano prometido, para outros o ano mais difícil de ultrapassar, com a crise e a troika é só ver os preços a aumentar e a carteira a ficar cada vez mais vazia.
Os trocos começam a ser contados no início do mês e a meio há quem já não tenha para comer.
Ainda hoje, dei por mim a pensar sobre isto, aquando da minha boa acção do dia.
À entrada do Pingo Doce (passo a publicidade não remunerada), vejo um pedinte idoso, de bengala, com um ardesgastado pelo tempo e provavelmente pelas agruras da vida, com a sua mão "tremelitante" estendida, a pedir esmola - a pequena esmola que, minutos depois serviu para ir comprar algo para comer.
Assim que o vi, à entrada e depois já dentro do Pingo Doce a ter aquele gesto de enfiar a mão ao bolso das calças à procura dos trocos, para contar se chegava, disse para mim - não posso ficar indiferente, vou ajudar.
Então, dirigi-me propositadamente, para a secção da padaria, pedi um bolo, fui buscar um pacote de leite com chocolate e rezei para conseguir pagar na caixa primeiro que o Sr..
Infelizmente, despachou-se primeiro que eu e coxeando e tremendo, lá foi saíndo do supermercado.
Uma vez despachada, corri ansiosa para o alcançar e consegui!
- Assim que cheguei perto disse: À pouco vi-o na entrada a pedir...Posso dar-lhe umas coisas que comprei? É um queque e um pacote de leite.
O sr. olhou para mim, acenando com a cabeça afirmativamente e assim que lhe entreguei as coisas, reparei que os seus olhos sorriam para mim.
Não quis, nem esperei agradecimento, pois a resposta era evidente no seu olhar.
Senti-me muito bem! Acho que todos deveríamos ajudar o nosso semelhante, por mais dificuldades que tenhamos há sempre quem esteja pior que nós e não tenha sequer o que comer.
Se há coisa que aprendi com a minha falecida avó, é que onde comem 3, comem 4 ou 5, desde que haja boa vontade, tudo se consegue.
Lá diz o ditado:
"Quem parte e reparte fica sempre com a melhor parte".
E eu fiquei!!!
Com este começo de ano (com esta boa acção), só poderá querer dizer que boas coisas estarão para vir e cá estarei para as receber de braços (e carteira) abertos.




Cristina Espalha
18.Janeiro.2012

Metamorfose do momento

E eis por mim aqui: 
entre o silêncio das vozes que habitualmente ecoam no meu interior, o frio que ateima vibrantemente desde a pontinha dos dedos dos pés até ao nariz e a balbúrdia sonora das palavras alheias, que em nada contribuem ou acrescentam vida à minha vida, esperando a tão chegada hora de descanso psicológico.
E espero...espero...e ela não chega. Teimosa!
Queria enrolar-me nas mantas macias e quentes, como a lagarta no casulo à espera de sair borboleta, também eu queria esse aconchego.
Provavel e obviamente não saíria uma borboleta, mas de certo que saíria com mais confiança, esperança e coragem para amanhã iniciar mais um longo dia.


Cristina Espalha
17.Janeiro.2012