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sábado, 29 de janeiro de 2011

Barco

Meu coração vagueia num barco à vela
Sem rumo ou destino
Sente-se tão sozinho, tão pequenino
Na proa leva os sentimentos
Na ré as desilusões
E no balançar
das ondas
encontra desejos, medos, frustações
E a forte ânsia de amar.
Lá longe, no horizonte,
vislumbro a miragem do teu olhar terno e doce enrolado nos nossos beijos...
Ah! Que saudades efémeras...
Por mim, podias pegar de fronte,
o humilde leme da minha vida e fazer dela, algo bonito, maravilhoso e fofo, como um simples boneco de peluche.
Mas, ao avistar
na outra margem,
Terra,
olho p'ra a minha mão direita e
não vejo...a rapariga que eu era.




Cristina Espalha
Junho.2008

Preguiça

Olho para a rua, da janela do meu quarto, vejo este tempo incerto, ora faz sol, ora desata a chover "a cântaros" e não tenho vontade em me levantar, ou de sequer saír de casa.
Estou com a chamada preguicite aguda.  ;-) LoL
PREGUIÇA, quem é que nunca a teve?!
Sabe-me bem estar no quentinho das mantas a repousar o corpo do stress e da agitação quotidiana, ver um pouco de televisão e depois apagar por completo, tal e qual como as lâmpadas quando se fundem. PUFF!!! (do tipo, já foste! eheheheh)
Sabe-me bem estar um dia que seja, sem nada fazer, muito embora haja sempre o que fazer.
Queria dormir, meus olhos ardem, tenho sono, sinto o meu corpo a amolecer, a pedir cama, mas não posso. Não seria correcto da minha parte dormir, quando todos estão acordados.
O que pensariam eles??
Lá terei de fazer um esforço de não cambalear e de me mostrar bem disposta e activa. Que remédio!!
Pode ser que daqui a umas horas, ainda acordada, desperte e resolva pôr término ao livro que estou a ler.
Depois deste, já só faltam mais quatro...   :-s



Cristina Espalha
29.Janeiro.2011

Nascimento

Tive a alguns dias atrás conhecimento que uma das minhas amigas de infância, já casada, teve a sua primeira filha, sim, uma menina - de seu nome - Inês.
Nasceu dia 8 de Dezembro, muito embora o parto tenha sido programado para dia 5 ou 6 desse mesmo mês. Segundo soube o parto correu bem. Ambas estão em casa e a desfrutarem da companhia dos familiares.
Estou feliz por ela!
Era para ter ido vê-la ao hospital, acontece porém que, o meu número de telemóvel já não é o mesmo, logo a mensagem foi dirigida para o vazio. Lol
Já tratei de enviar o número correcto através da mãe.
Realmente não há nada que dê maior alegria que uma criança.
Agora aguardo (im)pacientemente por um telefonema para poder ir ver a pequerrucha.
ADORO crianças, principalmente quando são bébés! Talvez seja o meu relógio biológico a falar mais alto... ;)


Cristina Espalha
29.Janeiro.2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"O mistério da manteiga desaparecida"

Caros amigos, leitores do meu blog, deixo-vos um excerto do recente livro que estou a ler, intitulado de "Por que é que os homens nunca ouvem nada e as mulheres não sabem ler os mapas de estradas", de Allan e Barbara Pease, que elucida muito bem que os homens não veêm nada, até quando as coisas estão mesmo à frente dos olhos. Espero que gostem:

"NÃO HÁ MULHER QUE, pelo menos uma vez na vida, não tenha já tido uma conversa como a que se segue, com um homem plantado em frente de um frigorífico aberto.

Bruno: «Onde está a manteiga?»
Marta: «No frigorífico.»
Bruno: «Estou a olhar lá para dentro mas não vejo manteiga nenhuma.»
Marta: «Mas está lá. Arrumei-a há dez minutos!»
Bruno: «Não. Com certeza que a puseste noutro sítio. Não encontro nem sombra de manteiga neste frigorífico!»

Nesta altura, Marta entra na cozinha, estica o braço para o frigorífico e, como que por magia, surge um pacote de manteiga.
Os homens que não estejam habituados a este tipo de situações, acham que se trata de um subterfúgio e acusam as mulheres de esconder tudo nas gavetas e nos armários. Meias, sapatos, roupa interior, compotas, manteiga, chaves do carro, carteiras - e contudo, está tudo lá. Simplesmente eles não conseguem ver. Como dispõem de um grande ângulo de visão, as mulheres podem, mesmo sem mexer a cabeça, ver tudo, ou quase tudo, o que está dentro de um frigorífico ou de um armário. Os homens, mexem a cabeça da esquerda para a direita e de cima para baixo, à procura do objecto «dado como desaparecido».
Esta diferença de visão tem implicações importantes em todos os aspectos da nossa vida. As estatísticas dos seguros automóveis, por exemplo, mostram que é menos provável uma condutora ver-se envolvida num acidente ocorrido num cruzamento do que um condutor. A sua visão periférica mais ampla permite-lhe ver os carros que aparecem de lado. Em contrapartida, é mais provável a mesma condutora sofrer um choque por trás ou pela frente, quando está a arrumar o carro, na medida em que esta operação põe em jogo as suas capacidades espaciais menos desenvolvidas.

A vida de uma mulher torna-se muito menos tensa, a partir do momento em que ela compreenda os problemas que os homens têm para ver as coisas de perto. Quando uma mulher diz a um homem «está dentro do armário», é menos angustiante para ele acreditar nela e continuar à procura."

É caso para perguntar: Onde está a manteiga?? (em vez de, "Onde está o Wally?")
Só tenho uma palavra para isto LOOOOOOOOOOOOOOL



Cristina Espalha
25.Janeiro.2011

O Frio e os Livros

Sinto um frio gélido, cortante, que vai subindo desde os meus dedos dos pés até à pontinha dos cabelos...
O meu amigo cobertor em parelha com o aquecedor, resolveram meter greve, como sinal de protesto, por não lhes dar a devida atenção ao longo do ano, ou talvez apenas, pelo descontentamento perante as eleições presidenciais.
Simplesmente não sei!
Aqui, sentada no sofá, a tremer de frio, vou escrevendo estas linhas, com esperança de que, com o exercitar dos dedos, possa gerar uma onda de calor em todo o meu corpo.
Enquanto isso não acontece, vou relembrando a minha, já ansiosa, ida à biblioteca hoje de manhã, e as cinco leituras por mim impostas, que requisitei.

Que saudades tinha daquele ambiente estudantil, calmo e silencioso...

Espero que este meu impulso repentino, que à muito havia perdido, permaneça de forma a enriquecer e proporcionar-me horas e horas entretida a devorar tantas palavras de uma só vez.


Cristina Espalha
20.Janeiro.2011

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Passado, Presente, Futuro


Nas páginas já rasgadas
de um livro cheio de pó
escrevo a carvão
as minhas tristes palavras em vão:
Não quero sentir-me só,
mas também não quero
continuar assim.
Por favor...Deus, cuida de mim!
Por entre gatafunhos e emendas,
Abençoa-me.
Por entre lágrimas derramadas de dor, 
Protege-me.
Tráz-me à lembrança o que fui
apaga o pano roto que hoje sou.
Transforma-me apenas no que serei...
Quero que ele sinta p'la tua mão
Porque é que eu nunca o deixei.


Cristina Espalha
11.Setembro.2007

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Anedota

Hoje apetece-me deixar-vos aqui uma anedota que acho piada, lembro-me da primeira vez que a li, desatei a rir que nem uma doida, mas foi espectacularmente BOM. Aqui fica então:



"Um bêbado entra num café e pede 3 cafés.
O empregado admirado pergunta-lhe:

- 3 cafés??????

- Sim, diz o bêbado. Um para mim, outro para ti e outro para a p……da tua mãe!

O empregado com vontade de esganar o bêbado lá lhe serve os cafés.

No outro dia a cena repete-se, só que o empregado sai de trás do balcão e dá uma sova ao bêbado.

No dia seguinte, o bêbado ainda mal recomposto, volta a entrar no café e perante um sorrisozinho trocista do empregado pede 2 cafés. 
Diz o empregado: ah, hj são só 2. 

Responde o Bêbado: sim, um para mim e outro para a p……..da tua mãe. Para ti não porque o café altera-te os nervos."



Cristina Espalha
18.Janeiro.2011

Esforço em Vão

As lágrimas por meu rosto entristecido escorriam como se de uma cascata se tratasse, ainda no romper da manhã...Ouvira palavras de uma argúcia dureza que me ferira o coração trespassando-o por uma lança.

Oh que mal fizera eu?! Porque me haveria de prostrar perante aquele olhar informaticamente contaminado, e simultaneamente ingrato?

O sono abandonara o meu corpo e apenas o pesar dos meus olhos se mantinha, a picar o ponto, num relógio laboral.
Não me saía da mente a iniquidade de que tinha sido vítima. Mais uma vez, os meus esforços foram anulados, vi o cartão vermelho e o silêncio instalou-se, não como uma manobra de diversão, mas como recurso, evitando assim, mais um tormentoso confronto.

Não haviam mais palavras, apenas lágrimas, lágrimas que falavam por mim...esgotei-as quando me deleitei naquele ombro, onde me esvaí de desabafos emaranhados e amachucados ao longo do tempo, no meu interior.

Sentia por fim, uma leveza, um sossego, as lágrimas secaram, o sono não voltou, mas a minha alma adormeceu secretamente junto de quem mais sinto falta, de quem já aqui não está...



Cristina Espalha
17.Janeiro.2011 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Palavras Ditas ao Vento

Ah se eu pudesse dizer
as mais lindas frases de Amor...
Se eu pudesse...fazê-lo-ia à beira-mar,
contemplando a beleza do pôr-do-sol
em contraste com a tua face rosada e luzidia.
Ah se eu pudesse...
mostrar-te o quanto é belo amar alguém...
Se eu pudesse...Meu bem,
Se eu pudesse!
Nem todas as estrelas do céu e do mar
chegariam para te demonstrar
o quanto é bom este sentimento.
Se o teu amor for como o doce sabor do mel
a adoçar o meu prazer
e o cheiro da maresia p'la manhã...
Ah se eu pudesse, eu ia...ia,
entre mares e marés conhecer-te,
p'ra me deitar sobre teus pés,
e dizer-te, ama-me
mesmo que seja só desta vez!
Ah se eu pudesse...
levava-te ao colo da minha alegria
percorria contigo as estradas da honestidade
tal como percorro o teu corpo em pensamento,
(outrora perdido, em meras palavras escritas),
despertaria em ti a saudade
de querer, estar, sentir e acontecer.
Ah se eu pudesse,
voava nas asas do sonho
sem nunca me perder,
fazia da magia dos teus poemas,
do teu sorriso,
do teu olhar singelo,
dos teus beijos delicados, suaves e ardentes,
mas principalmente da musicalidade do teu ser,
a minha incessante vontade de viver!



Cristina Espalha
07.Fevereiro.2008

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Citações Pessoais

"Amar alguém é muito belo, nobre e bom, mas também é uma porta aberta para uma corrente de ar, para o sofrimento".

"A vida é quem me inspira."

"Transplante o seu amor, o seu acreditar, de modo que seja possível viver a vida, sem nunca deixar de viver o sonho!"

"Quanto mais tentamos abrir uma porta, mais ela se fecha."

"Não ponhas de parte os teus amigos, pois um dia podes vir a precisar deles."

"A vida é um livro cheio de páginas em branco."

"Nem o Amor nem a Amizade têm um preço."

"A Alegria tem sempre um fim, mas a tristeza tarda em desaparecer..."

"Sangue do meu sangue, Luz do meu dia, nunca deixes de ser a pérola de alegria na minha vida."

"O cíume é uma espada de dois gumes, ora se peca por defeito, ora por excesso."

 "A vida sorri, ainda que, por entre o breu, onde o sorriso se destaca como a chama de uma vela, num apagão."

"A ingratidão corroe qualquer sentimento que nutremos por outrem."

"Cada palavra tem um peso e cada gesto peso e meio."



Da autoria de: Cristina Espalha

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Banho de Espuma

A Sedução e o Erotismo, com que cada peça de roupa desliza pelo teu corpo másculo, despindo-te lentamente, deixa-me completamente hipnótizada a admirar-te, de todos os ângulos possíveis e imaginários.

Anseio ver-te nú rapidamente...

...Juntar meu corpo com o teu, envoltos em bolhinhas de sabão, que suavemente vão definindo as curvas bem acentuadas, à medida que nos agitamos dentro de água, na banheira, onde tantas e tantas vezes nos amámos.

Meus pés, marotos, percorrem o teu corpo de norte a sul, não à procura de algo perdido, mas de forma provocatória, desafiando-te para um duelo sexual intenso.
Pega nessas mãos macias e aguça-me o desejo, joga comigo o jogo do Prazer, prometo estar à altura ;)

Já sinto um frenesim louco dentro de mim! QUERO-TE!

Invade o meu corpo sem permissão, apodera-te da carne, tal e qual um vampiro perante o sangue...e delicia-te sempre, como se fosse a tua última refeição.




12.Janeiro.2011
Cristina Espalha

sábado, 8 de janeiro de 2011

Frases Ditas por Célebres



"A prova de um afecto puro é uma lágrima."

----------George Byron----------


"Acusar os outros pelos próprios infortúnios é um sinal de falta de educação; acusar-se a si mesmo mostra que a educação começou; não acusar nem a si mesmo nem aos outros mostra que a educação está completa."

----------Epicteto----------


"É errado quando acreditas em cada um, mas também é errado quando não acreditas em ninguém."

----------Séneca----------


"Quando temos muita luz, admiramo-nos pouco; mas, quando ela falta, acontece o mesmo."

----------Luc de Clapiers Vauvenargues----------


"Poucas vezes quem ganha o que não merece, agradece o que ganha."

----------Francisco Quevedo----------


"Assim que nascemos, choramos por nos vermos neste imenso palco de loucos."

----------William Shakespeare-----------


"Há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos."

----------Jules Renard----------


"Existem momentos na vida em que a única alternativa possível é perder o controle."

----------Paulo Coelho----------


"Estabelecemos regras para os outros e excepções para nós..."

----------Rochefoucauld----------


"Admiramos o mundo através do que amamos."

----------Alphonse de Lamartine----------


""O aforismo deve ser a última colheita do uso da vida,e não uma impertinência ou uma afronta."

----------Agustina Bessa-Luís----------


"Quem não pode ou não sabe acumular, nunca chega a ser sábio nem rico."

----------Marquês Maricá----------


Pesquisa por: Cristina Espalha

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"Não deixem nada por fazer, nem nada por dizer - Aproveitem a vida" de António Feio com colaboração de Mª João Costa

Tive a oportunidade de ler este livro no passado dia 5 de Setembro, pela madrugada a dentro, comecei a ler era mais ou menos meia-noite e meia e só acabei às 8h do dia seguinte (cerca de 231/232 páginas).
Foi a primeira vez que me aventurei a ler um livro todo em tão poucas horas, normalmente o meu ser, deixa sempre as coisas a meio para o dia seguinte, ou dias, LOL.
Devo confessar que é um bom livro, recomendo a sua leitura, deixa-nos mesmo a pensar (pelo menos a mim deixou), chega a ter momentos em que dá vontade de chorar e onde também existe o humor, característica acentuada daquele grande Homem que tive a pena de não o ter conhecido pessoalmente - António Feio.
Ao ler este livro quase que o ouvia a proferir aquelas palavras tão suas...era como se ele estivesse a sussurrar nos meus ouvidos tudo aquilo que escreveu.
Foi lindo e mágico. Fará com certeza muita falta neste país sisudo que pouco ri com satisfação.
É engraçado como em parte me identifico com ele, quando fala em sabermos rir de nós mesmos e de como é muito mais fácil viver a vida com humor, vivendo-a intensamente e dando valor às pequenas coisas, que outrora, nos passou ao lado, por diversas razões e que apesar e independentemente da luta que seja, a que estejamos a enfrentar, na nossa vida, nunca devemos desistir, mesmo que, saibamos que no fim seremos derrotados.
Saíremos sim derrotados, mas não ingloriamente ou em vão porque a luta faz-nos ver mais além...
Adorei o livro!
Obrigada António Feio por teres partilhado connosco a tua despedida...
Até sempre...





5 de Setembro de 2010
Cristina Espalha

Humildade

A Humildade é um bem essencial ao ser humano, requer a nossa capacidade de enxergar com os próprios olhos, na pessoa em que nos tornámos.
Se não reconhecemos a pessoa que temos diante de nós, ao espelho, é porque algo está perfeitamente, errado!



29.Agosto.2010
Cristina Espalha

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Retrato

Sinto em mim o calejar da dor crustada, no corpo semi-nú e ao relento...olhando o teu retrato apodrecido e gasto pelo tempo, que enfeitiça e penetra o meu olhar terno, mas entristecido pela tua ausência.
Anseio tocar-te a carne pecaminosa, pela qual rezo todos as noites, por entre Pai-Nossos e Avé-Marias.
Desejo beber da tua sede, o néctar da tua virilidade...simultaneamente, ao afago das tuas mãos no meu peito descaído e enrugado de tanto esperar pelo teu regresso.
A Guerra matou-me por dentro, quando te levou para longe de mim, na defesa de uma Pátria já perdida.
Partiste para não voltar, eu morri para te reencontrar.




24.Agosto.2010
Cristina Espalha

História de Uma Vida

Era uma vez uma rapariga que sempre fora infeliz, já desde tenra idade, a sua infância marcada por um pai ausente e alcoólatra, que venerava até então, era o seu herói, ambicionava ser como ele quando crescesse.
Os anos passaram, muitas garrafas de vinho fizeram parte do seu dia-a-dia, principalmente da noite…sua mãe defendia-se como podia, debatia-se com a ânsia de proteger as suas crias do mal, passando horas a fio, queimando o que restava das forças, do pesar das pálpebras…preferia ser “ela” a vítima do vício de seu marido.
Só não sabia que por ela velava, a sua cria mais velha, sua filha, sempre de olhos abertos por debaixo das cobertas, ou até mesmo escondida atrás das paredes, vigilante…
Assistindo a cenários impróprios para uma criança de quatro anos, que foi crescendo odiando aquele ambiente nauseabundo a álcool e simultaneamente a pessoa que lhe dera a vida.
Esta rapariga, desde muito cedo, obrigaram-na a crescer, a colocar-se na linha da frente do combate, depressa aprendeu a defender-se e a defender.
Foram longos onze anos a sofrer, a odiar, a revoltar-se e a viver uma vida que não pediu.
Aprendeu a rir, uma capa que usou interminavelmente durante a Preparatória.
Alguém um dia a chamou de “menina dos elásticos”.
Aliás todos a conheciam por ser tão vivaz, alegre, divertida, bem-disposta e bem-humorada, sem nunca desconfiarem que por detrás se escondia uma menina fragilizada, infeliz e sozinha.
Poderá dizer-se que teve mãe, não teve pai.
Seu pai fizera a muito custo um tratamento para curar o vício, em contrapartida diagnosticaram-lhe Esclerose em Placas, uma doença progressiva e incapacitante, sem cura, que lhe afectara o cérebro. O homem que tinha sido, iria deixar de existir, por um lado estava feliz, por outro, correria o risco de vir a ter “mais um irmão” e a família passar por grandes dificuldades económicas.
Remeteu-se ao silêncio e deixou o curso da vida correr…
Sua mãe, nunca lhe agradecera…sempre teceu um amor especial pelo rebento mais novo, a quem muito protegeu.
Foi assim até ao presente dia.
No coração desta rapariga permaneceu uma grande mágoa, um sentimento de que “mal-amada”, seu pai nunca a amou, dissera-lhe frontalmente, ainda bêbado, que ela não era sua filha, sua mãe nunca lhe dera um beijo, um abraço, um carinho, fora tudo para o irmão mais novo.
Aos treze anos começa a sentir vontade de ter alguém que lhe diga: “Gosto muito de ti..,” mesmo que isso fosse momentâneo.
Aos quinze anos, começa a namorar oficialmente, e aos dezasseis anos é chamada de “puta” pela própria mãe. O seu desejo de sair de casa é despoletado, mais ainda, mas como é menor, todas as noites de lua cheia, vai para a janela de sua casa, e ao contemplá-la lá no alto do céu, pede afincadamente que cheguem depressa os dezoito anos para poder sair de casa de vez.
Tudo para ela parecia uma eternidade, o tempo não passava…
Mais tarde e ainda com quinze anos, é-lhe detectada dupla Escoliose (duplo desvio da coluna vertebral), com uma curva bem acentuada a partir do cóccix e outra, mas mais compensatória perto do coração, vê-se a andar torta para o lado direito. Obriga-se a ela própria todos os dias a endireitar o corpo até conseguir ter uma postura correcta.
Tem também um fémur maior que o outro, o que acabará por compensar o inclinar da coluna.
Aos dezassete anos, muda de casa, como se fosse uma lufada de ar, vinda em boa hora!
Apenas sentia por parte da sua avó materna e de seu irmão algum carinho, um gostar.
Aos dezanove anos, o seu médico de família diz-lhe frontalmente que recomendava ser operada à coluna antes de fazer os vinte anos.
Acaba por pedir uma segunda opinião, decide não levar avante a operação e acaba por só fazer fisioterapia.
Aos vinte anos, é novamente chamada de “puta” pela mãe depois de uma tentativa de ajudá-la a ter o que comer, injustamente.
Teve o apoio do seu irmão, que se dirigiu a ela para secar-lhe as lágrimas, com um pouco de disparates e algumas palavras animadoras. Uns meses mais tarde, perde a virgindade, novamente é rotulada de “puta” e é ameaçada pela mãe de ser colocada fora de casa.
Sofre em silêncio, por entre lágrimas, no seu quarto fechada.
Seu irmão nada diz, mas sempre presente para colocar um sorriso no rosto.
Aos vinte e um anos perde a avó, com quem convivera desde a sua nascença. A pessoa que a protegeu da ira da sua mãe e de seu pai, com quem dormiu, e que podia dizer que se preocupava com ela.
Foi um golpe duro e seco, como um machado a cortar um tronco de árvore.
Nunca se perdoou por não ter voltado a falar com a avó e de não ter dado mais atenção do que a que dera até esta falecer.
Foram tempos difíceis de ultrapassar e teve de os ultrapassar sozinha, sua mãe precisava da alegria e boa disposição que esta rapariga tinha, mesmo não tendo, para a ajudar.
Ajudou-a e ao seu irmão, ninguém se preocupou em saber como é que ela estava, se precisava de alguma coisa.
Nessa mesma altura, logo após a morte de sua avó, por um acaso, apalpou o seu seio direito, denotou algo estranho.
Comentou com sua mãe, esta não deu a importância devida, dizendo que eram “manias”dela, por sua iniciativa, resolveu ir ao médico e após uma ecografia mamária, descobriu que tinha um nódulo, considerado na altura de Fibroadenoma.
Tudo o que teve, o poder estudar, o dinheiro que foi preciso para exames médicos, materiais escolares, roupas, tudo, tudo, proveio do esforço e dedicação ao suor do trabalho da sua mãe, seu pai nunca lhe dera nada. O que o pai recebia, gastava na bebida.
Hoje perguntam vocês por esta menina, que foi feito dela, pois bem…a vida foi-lhe pregando partidas atrás de partidas, amores não correspondidos ou que se tornaram em desamores, constantes humilhações na escola, foi sempre colocada de parte pelos colegas, era a última a ser escolhida, tinha poucos amigos, foi privada de estar em retiros por parte da igreja (mesmo tendo ido freiras pedirem à sua mãe), não acabou o Secundário, não seguiu para a faculdade como tantos outros o fizeram, teve alguns relacionamentos bastante marcantes, e emocionalmente desgastantes que no final, em vez de a ajudarem só a colocaram mais para baixo na sua auto-estima, só fizeram evidenciar mais ainda o continuar a ser “mal-amada” ou melhor, o não ser amada.
Procurou desde cedo, alguém que a pudesse amar, amou, desiludiu-se, deixou de procurar…
Tinha a noção de que príncipes encantados não existiam, apenas em contos, sabia bem que, não viriam ter com ela a resgatá-la, num cavalo branco, só pediu para viver um pouco do encanto e felicidade que os contos têm.
Pensou muitas vezes em deixar de existir, de diversas formas, pensou em fugir, em se tornar uma mulher de Deus, faltou-lhe a coragem.
Desejou ficar sozinha numa casa…se conseguisse ter dinheiro para comprar uma.
Deixou para trás o sonho cor-de-rosa de um dia vir a casar, ter filhos, ter um trabalho a ganhar bem, tal como seu pai tinha, quando era miúda.
Entretanto, aos vinte e oito anos, teve a oportunidade de ajudar o próximo, mesmo não conhecendo, isso deu-lhe uma grande satisfação, principalmente por ver as reacções tão positivas do outro lado, em resposta à ajuda prestada.
Às vezes basta só uma palavra amiga, um ombro para chorar ou desabafar.
Nessa mesma altura, “perde”o seu irmão, numa discussão acesa, este deixa de lhe falar, ignorando, desconhecendo e renegando-a como sendo sua irmã.
Mais um golpe que a vida lhe dá, como se estivessem a espetar, várias e várias vezes, uma faca de gume afiado no mesmo local até poder ver um orifício consideravelmente largo.
Já lá vai quase um ano e meio e não voltaram a falar…
Continua com o seu nódulo de estimação no peito, por vezes dores agudas na coluna e para agravar ainda tem um problema “desconhecido” (por enquanto) no fígado.
A vida não lhe sorri, ou insiste em não sorrir…
Aos vinte e nove anos não tem trabalho, não tem marido nem filhos, não tem a sua própria casa, não tem dinheiro, e a saúde também o que se lhe diga…
A menina que já chorou tantas noites no seu quarto, durante dias, hoje é mulher, mas embora crescida, por vezes também chora, escondida dos outros, à noite, no seu quarto a olhar para o infinito.
Apesar de todas as agruras que tem tido, a única coisa que guarda de bom é o conseguir, ainda, com o seu bom humor fazer rir os outros, coisa que sempre fez e continua a fazer. Talvez seja a única coisa que aprendeu a fazer bem.
O colocar um sorriso no rosto de alguém é uma vitória para ela, mesmo que no seu caia uma lágrima. 




05.Julho.2010
Cristina Espalha
(História Verídica) 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

14 de Junho 2010

Já não pertenço aqui...se algum dia pensei que parte deste lugar era meu, sem nunca o ser, agora e cada dia que passa, mais sinto, que menos o é. A necessidade de estar no meu espaço que é só meu, tem vindo a aumentar. Começo a acusar algum cansaço e a minha mente cede ao saudosismo dos tempos de solidão.
É incrível como o tempo voa, sem que nos apercebamos, mais ainda, do quanto errámos e do que está por errar.
A vida continua a ser um jogo ridículo e absurdo, que só vale a pena jogar se for para ganhar.
Hoje lembrei-me da minha avó e da sua célebre frase: "O que é teu está guardado e às tuas mãos virá ter." Hoje também me pergunto:
Será que efectivamente já tenho o que me pertence? Ou será que ainda está para vir?
A incerteza consome-me a alma, impedindo que o meu "ser" feche os olhos e descanse no "sono eterno".
Estou exausta de deambular por caminhos que me levam a lugar nenhum, de viver afundada na depressão de nada ter ou conseguir.
A quem é que interessa esta vida de negativismo e sucessivos fracassos??
É engraçado porque a vida é minha e nem a mim me interessa.



14.Junho.2010
Cristina Espalha

Introespectiva

Cada vez mais o puzzle da minha vida está a desfazer-se dia após dia, desmembra-se da forma original. Não percebo o porquê e creio que não é para compreender, mas sim, daí retirar uma lição e aprender.
Se antes o sorriso voltara a fazer parte da minha face, com um pensamento de um possível futuro diferente daquele que inicialmente apontava como sendo solitário, hoje volta a desaparecer.
O sentimento depressivo, insatisfeito, inconformado, triste está a apoderar-se novamente deste corpo reles que serve apenas para propósitos meramente carnais. De facto, o meu nascimento não foi afortunado, nem abençoado com lufadas de sorte, por mais que o meu ser se esforce por contrariar as tendências...
Estarei eu condenada a ver os outros a percorrerem todos os caminhos que sempre quis percorrer e não consigo deixar de ficar para trás e vê-los a partir??!!
Tenho vontade de ir embora, sair de onde estou e recomeçar bem longe, conhecer pessoas e locais novos, viver novas e apaixonantes experiências, mas as correntes da vida que levo impedem-me de ter a força necessária para as quebrar e fugir, sem remorços de não voltar.
Falta-me a coragem para arriscar, apesar de me considerar uma pessoa aventureira...talvez porque na minha vida sempre faltou muita coisa e infelizmente continua a faltar... dou por mim, com uma mão cheia de nada!




25 de Abril de 2010
Cristina Espalha

O Sentimento de Ontem

Apago a luz da cozinha como se estivesse a reflectir a minha vida neste momento. E eis, enfim, a escuridão! A depressão abarca agora 45% do meu corpo, sedento de Amor, de paz interior...
Cheguei ao ponto de estar cansada de procurar trabalho, e sem ele, não posso ter objectivos, sem eles, sou - UM NADA - como, durmo, vejo TV, vou à net, raramente saio de casa. Vou sair para quê?? Porquê?? Com quem? Se me perguntarem se tenho vida, eu respondo que não, mas ainda vivo, o coração ainda bate.
Tem sido muito difícil manter a saúde mental saudável, com tantas preocupações...

...Muito difícil.



05.abril.2010
Cristina Espalha

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Saudade

Sinto saudade dos momentos de meninice, da minha casa, da minha pacata vida, tão modesta e simples, desde o ladrar do meu cão, o chilrear dos pássaros pela manhã no parapeito da minha janela do quarto, a música dos meus vizinhos a entrar pelos meus ouvidos apenas calibrados pelo silêncio da noite, a minha mãe a perguntar-me se vou almoçar/jantar ou não, até do meu irmão a passar por mim e ignorar-me, até disso tenho saudades.
Parece absurdo, mas não é!
É incrível como as mais pequenas coisas e gestos, que em nada têm importância no nosso dia-a-dia, tomam forma e ganham o todo o seu valor quando estamos longe...e às vezes estamos tão perto, desde que o queiramos e sintamos necessidade de estarmos lá.
Nem sempre o ditado "o longe se faz perto" se aplica a todas as circunstâncias, mas cada minuto que passamos com a nossa família vale a pena, mesmo que estejamos só em silêncio, porque o importante é e sempre será - a nossa presença.


30.Janeiro.2010
Cristina Espalha

Mais um Espinho

Nesta vida, infelizmente não podemos dizer que somos felizes inteiramente...há sempre um espinho que, por mais pequeno que seja, espeta-nos como se de um golpe fundo numa mão se tratasse, e dela jorrasse litros e litros de sangue -  a nossa essência - a esvaír-se aos poucos, mas simultaneamente tão depressa...
É nestes momentos que questiono: Porque é que a minha felicidade tem obrigatoriamente de ter um limite, ou melhor, um tempo de duração?
Nada é certo e etéreo, mas então se assim é...Porque tenho de me ferir e jorrar "n" litros de sangue a cada golpe que a vida ou outrém me dão?
Serei eu, sado-masoquista ou simplesmente mais um objecto de açoite de quando em vez????




15.Janeiro.2010
Cristina Espalha

O Acaso

Há muito que não vinha até cá escrever umas palavrinhas...a minha vida tem sido uma montanha russa, ora estou em baixo, ora estou em cima, ou quiçá quando dou por mim já "estou de lado"...Mas, sem nunca perder o tino, aqui voltei para vos falar do 'Acaso' - este traquinas!
Há quem justifique tudo o que lhe acontece como "obra divina", outros é o 'acaso', na minha vida e desde o início do mês de Dezembro, comecei a acreditar no 'acaso' como algo bom, existente e misterioso.
Foi ele quem me proporcionou momentos dos quais, ainda estou a viver, que nunca pensei vir a passar por eles, devolveu-me metade da minha alegria, que julgava já não ter e deu-me a possibilidade de vir a concretizar um grande sonho meu - o ser FELIZ! (eu tenho mais, mas este é sem dúvida o que mais importa para mim)
Há coisas que não se explicam, sentem-se, olham-se sem estarmos a olhar, falam-se sem que para isso tenhamos que abrir a boca, palavras ditas no silêncio e ouvidas pela mente...enfim, uma panóplia de gestos, atitudes, gostos, locais, frases, palavras repetidas simultaneamente que, sem nunca pensar na mensagem que isso quer transmitir, têm-se manifestado de forma intensa, quase como um dever/obrigação, do género:
"Faz o favor de ser feliz, porque aqui tens o que precisas para sê-lo."
Por vezes fico inerte ao ponto de querer abrir a boca e nada sair, que acaba por ser "frustante" e delicioso. Fico feliz por ainda ter a hipótese de perguntar:
- Tenho direito a isto tudo?? Ou ainda não acordei?!
Sejas tu - 'Acaso' - a razão da minha alegria e satisfação, ou não, o meu MUITO OBRIGADA!


05.Janeiro.2010
Cristina Espalha

domingo, 2 de janeiro de 2011

Passagem de 20 para 21...

Sinto um enorme vazio dentro do meu peito, sufocando lentamente, nada corre bem.
A vida vai lenta e a tristeza é mais que evidente. Não consigo estar contente, há sempre algo que me perturba, destabiliza o meu "eu" interior, aquele que se reserva na mais profunda sombra.

Estou cansada, sinto o meu corpo a desfalecer dia após dia, sem que consiga fazer algo para o evitar.
Preciso de me afastar, romper todas as amarras que me prendem e me impedem de caminhar livremente em meus actos e pensamentos.
Sinto-me ridicularizada, um ser pequenino do qual todos fazem troça, humilham, pisam, e ainda pedem favores.
Não sou louca ao pensar assim, vejo o que os outros não querem ver, sinto o que os outros deveriam sentir...Neste mar de imensos sentimentos, revoltas e frustações, encontro-me a remar contra a maré.
Estou sozinha, talvez seja esse o meu destino, não é bom, não é mau, é o que posso ter...o primeiro passo talvez seja aceitar, o segundo encarar de frente e por último o saber viver com...comigo mesma.

Deixei de ser o que fui à muito tempo atrás, já tive tantas mudanças que já nem sei quem sou, ou se até existo.

Amizades, Amores, tudo isso ficou para trás, nada me prende neste mundo, nada me tráz alegria, nada me pertence.
Sei apenas que estou viva, sonho, sonho muito, o resto é para quem merece e eu não tenho sido contemplada.


Estou cansada de ser a má da fita, de ser colocada de parte, de ser infeliz. Prefiro morrer a viver assim!


20.Março.2009
Cristina Espalha
(10º ENAJ)

Até Quando??

Na nossa vida há sempre algo que nos toca profundamente, de tal maneira que parecemos anestesiados, pode ser uma música, um momento, uma pessoa, um olhar, um beijo, um adeus...
Na minha, houve de tudo um pouco, afinal esse tudo é o que nos acaba por transformar como seres humanos e a amadurecer a nossa personalidade.
Um dia dedico-me a escrever um livro, não um livro de poesia (esse está pensado e espero poder ter a forma, a textura e o volume em minhas mãos, como um sonho tornado realidade), mas um livro baseado numa história verídica.
O gosto pela escrita sempre foi das poucas coisas que resistiu com o tempo, e que de vez em quando é notado nas linhas que escrevo. Maior é o elogio quando uma professora de Português me incentiva a escrever um romance, dizendo que tenho tudo para o conseguir. Um dia...um dia, quando a monotonia for maior que a minha esperança de ter uma vida melhor da que tenho agora, arrisco a escrever uns rascunhos diariamente.
Por agora, a desmotivação encontra-se instalada na poltrona do meu ser, e enquanto estiver sentada, sinto-me inerte, vazia, sem um caminho a seguir. Quem diria, sentir-me assim aos 27 anos, eu que sempre sonhara em casar aos 26 - continuo solteira - a vida que imaginei em nada se parece com a actual, estou sempre a viver as dificuldades, sinto que perdi os meus sonhos, pois quando faço uma retrospecção interior vejo absolutamente nada, apenas EU.
Há 3 meses que estou em casa, à procura de trabalho, sem grandes motivos de alegria para sair de casa, sinto saudades das pessoas, de momentos que passei, sinto a falta de ser eu própria, principalmente independente. Em casa há sempre qualquer coisa para fazer, mas isso não cativa a minha alegria, se for a pensar nisso, raramente tenho aberto a boca, apenas para sorrir (não um sorriso, tipo, "colgate", mas um sorriso espontãneo).
Acho que estou a ficar velha...este ano já vou para a casa dos 28 anos, solteira, sem filhos, sem trabalho, sem casa e sem carro, Chega a ser frustante, pois quando saio à rua a primeira coisa que vejo são raparigas com 18 anos, até com menos idade e já grávidas, outras estão para se casar ou então têm papás ricos.
Não sei se feliz ou infelizmente, não tenho nada disso. Sempre tive uma vida difícil, tive de lutar para conseguir dar um passo em frente, assim me sinto neste momento, triste e cansada.
É difícil não esmorecer, não desistir quando tudo aponto no sentido oposto do caminho que queremos seguir.
Não quero que este pensamento, ou desabafo, seja, por quem lê ainda as minhas palavras, considerado como um lamento, mas o facto é que desde alguns dias que me ando a sentir um pouco em baixo, com uma vontade enexplicável de chorar e deitar cá para fora toda a tristeza que tenho vindo a coleccionar.
No silêncio da noite, sozinha, dou por mim com a lágrima no canto do olho, a pedir algum conforto, uma ajuda à minha avó, na esperança que, onde quer que ela esteja, me oiça e me tire desta escuridão.
Sou por excelência uma pessoa resistente por ainda aqui estar, teimosa e com força interior, característica apontada pelos meus amigos, mas até quando???  :(


14.Março.2009
Cristina Espalha

Há Quedas e Quedas...

Numa inocente partida de basquet, a minha pacata e frágil irmã gémea ;) teve a sua primeira queda, no Domingo, depois de ter estado a desaprender a cair, durante anos e anos...
No momento, apenas sentiu uma dor aguda, numa das partes de seu corpo mais escondidas, a nádega direita, depois, de uma espécie de esfolamento na sua imaculada e macia mão direita, onde o ardor e o quente proporcionados p'la queda, dominaram por completo o seu pensamento.
Minutos depois, uma voz feminina, e em parelha com outras, perguntou: "estás bem?". A minha irmã gémea, apesar do impacto, respondeu ainda comedida com a dor: "Sim, estou".
No fim do dia a sua mão tenra, leve, encontrava-se inchada, dorida, com uma cor situada entre a cor da pele, o vermelho e a tendência para o negro...a nádega, essa, apenas dorida e sentida sempre que a necessidade de se sentar era imposta.
Já passava das 22hr quando começou a sentir umas fortes dores na coluna, impedindo-a de apanhar qualquer objecto cáido no chão, uma dor de cabeça perfurante e irritante, que lhe provocava a sensação de gotas de álcool etílico sobre uma ferida aberta. A arder, cambaleando, depois de ter passado por uma sessão de gelo localizada, tomou o alívio para todos os males menores, o famoso, Ben-u-Ron, deitou-se e rezou para que no dia seguinte tudo não tivesse passado de um pesadelo.

...

Minha irmã gémea havia acordado, no dia seguinte, após uma longa noite, uma longa manhã e uma longa tarde, de repouso. As suas dores tinham sido atenuadas, como se de uma recompensa se tratasse, continuava com dores na coluna, mas em diversos pontos, de forma mais aceitável, sua mão mantinha-se inchada, mas com a cor a que se habituara desde muito nova a olhá-la, a sua nádega mantinha-se dorida e reticente em colocar o peso corporal sobre ela, sempre que havia necessidade do sentar.
Desapareceram as dores de cabeça, dando lugar a uma harmonia mental que jamais se conseguiria ter na véspera.
Uma simples queda tomou a posse do seu corpo durante pelo menos, até ao momento, dois dias, mas não conseguiu tomar a posse da sua força interior!
A minha irmã gémea tivera sorte, fora uma queda sem consequências irreversíveis. 
Com um pequeno exemplo vivo em casa, é a minha função alertar-vos para estas quedas, inocentes ou culpadas, reversíveis ou não, basta apenas uma, para fazer uma rotação de 180º à nossa vida.
Se puderem, tenham cuidado!



23 e 24.Fevereiro.2009
Cristina Espalha
(História baseada em factos verídicos)

Nos Trilhos da Vida

Nos trilhos do caminho férreo, no regresso a casa, vagueiam os meus pensamentos mais íntimos, as saudades do tempo de criança, das brincadeiras, do sorrir...Não sabia eu...o quanto era feliz! Pobre inocente e ingénua que eu era...
Os anos passam, os desejos voam, as certezas passam a ser incertas e acabo a pensar que a vida foge-me dos dedos à medida que o comboio avança de estação em estação, até ao seu destino.
Há conhecidos que se tornam amigos e amigos que se tornam em perfeitos desconhecidos, momentos...que o tempo não tráz de volta.
Com a idade a pesar e a quantidade de amor ainda armazenada para dar, sofro em silêncio, a cada dia que passa.
Não sei para onde vou, acompanhada ou sozinha, nem o que irei fazer...

Resta-me apenas esperar pelo anoitecer, para dormir e esquecer
tudo o que me fez e faz sofrer.




23.Setembro.2008
Cristina Espalha

Conceito - Amizade

O que é que podemos dizer sobre a amizade?
O que é para nós sermos amigos de alguém? Será que significa algo?
Pois meus queridos amigos, para uns é importante tê-los e preservá-los, para outros é indiferente e ainda há quem ache que viva bem sem eles. Na minha sincera opinião, a vida não é vida sem termos alguém fora da família, com quem desabafar, com quem sair para passear (seja lá para onde for), com quem rir e chorar, tanto nas horas tristes como alegres, é alguém que não podendo lá estar sempre, acaba por estar presente nos momentos cruciais, em que mais precisamos deles, deixando-nos bons conselhos ou tentando abrir-nos os olhos quando não estamos a agir correctamente.
Os amigos são uma peça do meu puzzle, em que a imagem de fundo dele é a minha vida e todas as pessoas que me são importantes, faltando uma peça, o puzzle fica incompleto.
Por pensar assim, acabo por ficar triste quando denoto o desinteresse pela minha amizade em pessoas que já passaram por muito, precisaram de mim, que já me conhecem à bastantes anos...
Hoje é mais um dia triste, em que eliminarei mais uma pessoa da minha lista de amigos, que depois de tantos anos de convivência, demonstrou pelas suas atitudes que o manter a nossa amizade não era assim tão importante, quanto era e ainda é, para mim. Não deixa de ser curioso, na medida em que, um dia essas mesmas pessoas precisaram de ter-nos como amigos, a seu lado, em momentos difíceis e depois em momentos de alegria, não só porque gostavam de nós, mas também porque lhes éramos importantes, acabávamos por ser uma família e de um momento para outro, assim sem mais nem menos, já não precisam porque têm outra vida, novos amigos, já não dá jeito ou não é conveniente.
Entristece-me bastante, ao mesmo tempo que me revolta por dentro saber que andei anos e anos a considerar alguém de amigo, quando da outra parte nunca o tinha sido, magoa mesmo e faz-me perguntar: se nunca precisaram nem queriam ser amigos porque ficaram e fizeram-nos entender o contrário???
Por mais que dê voltas à cabeça a pensar sobre isto, não consigo achar uma explicação plausível para justificar tal coisa... Será que a amizade passou de moda? Ou será que agora as "amizades"passaram apenas a contar para números contabilísticos?
Espero que não venha a ser do género:
- "Olha 'y', já tenho 40 amigos, e tu?"
- "Oh 'z', isso é do baril, já tens bué, eu ainda não cheguei aos 25, mas depressa hei-de lá chegar, mais um dia ou dois e já te apanho!"
Quando as amizades chegarem a esse ponto, os valores da amizade já estarão perdidos e não me conseguirei adaptar a esta evolução temporal sem nexo.



03.Agosto.2008
Cristina Espalha

Homens...Oh Bicho Complicado!

Meus amigos (mulheres e homens), expliquem-me uma coisa, porque é que os homens não gostam da mulher-pessoa (que ficariam muito mais a ganhar) e preferem apenas o factor exterior da mulher?
Por mais tempo que perca a pensar sobre isso, não consigo chegar lá...e passo a explicar: sou uma pessoa que apesar das minhas qualidades e defeitos, como todo o ser humano tem, e que não se acha uma top model, nem tão pouco a gata borralheira, com 27 anos, todos  os homens que acabo por considerar interessantes só conseguem  olhar para mim e pensar em sexo! (excepto uma ou outra pessoa, mas a grande parte pensa assim, infelizmente).
Será que custa muito olharem para a pessoa em si? Tenho sentimentos e sou de carne e osso como todos os que andam aqui na terra...e o pior disto tudo é que cada vez mais, tenho menos vontade em aventurar-me à descoberta de um possível amor escondido ou inocentemente perdido, porque não acredito que os próximos homens que se aproximem de mim o façam apenas para conhecerem a pessoa e não o corpo.
Estou cansada de me iludir, pensando que gostam de mim por ser quem sou e como sou, quando na verdade o corpo vem primeiro que tudo o resto que possa existir e que para quem sabe, o que normalmente vem depois, é igualmente bom!

Começo a ter saudades dos meus tempos de "namoricos", nessa altura não se pensava logo em sexo, talvez porque era muito novita e não sabia o que sei hoje... Não, não tenciono "mudar de camisola", gosto muito do homem, apenas deixo aqui uma pequena mensagem para vocês homens: não olhem tanto para fora, porque se o interior não o acompanhar, não vale a pena a aproximação, nem tão pouco uma relação condenada desde o início ao fracasso.

Por fim, acho curioso as mensagens tipo: "és linda, mesmo muito linda, posso conhecer-te?" e agora eu pergunto - Será que me querem mesmo conhecer?? Ou será que esse conhecer é direccionado para as várias partes do meu corpo??
Desculpem-me este pequeno desabafo, mas só tenho tido desilusões atrás de desilusões...



19.Junho.2008
Cristina Espalha

Obrigada!!!

Há certas alturas da nossa vida em que paramos para pensar na vida, nos amigos, na família, no trabalho, em todos os azares e sortes que tivemos e ainda esperamos ter. É engraçado como a vida nos prega partidas, consegue transformar um rosto sofrido, num sorriso estonteante e cativante em escassos segundos...

Assim me revejo, nos espelhos da alma de cada ser, que comigo convive, seja um "ele" ou uma "ela", quiçá um "nós"?!...
Embora não seja presenteada com um bonito amor, sou grata por tudo o que de bom consigo fazer pelos outros, mesmo que porventura o faça com meras palavras e principalmente por tanto em momentos tristes como nos alegres, ter por perto o sabor da amizade de quem realmente gosta da minha companhia.
É a essas pessoas a que chamo de amigos, que aqui publicamente, agradeço pelo ombro amigo que me deram para chorar, tantas e tantas vezes, pelas valentes risadas e momentos únicos, que jamais poderei esquecer.

Às vezes é só isso que importa, uma presença, um olhar, um silêncio acompanhado, uma mão que carregue a mágoa, uma música que nos toque, acaricie e nos diga: ADORO-TE, QUERO-TE e AMO-TE!



28.Maio.2008
Cristina Espalha

O "Hoje" de Sempre...

Há dias em que o silêncio me assusta, deixando transparecer a criatura mais frágil que vive dentro de mim...
Fico rendida perante a tristeza do vazio que tenho no coração, inerte e fugidia do que está para lá da porta do meu pequeno mundo.
A minha monótona vida não me deixa motivos para sorrir, apenas para chorar, e quando olho no espelho, detesto a pessoa que vejo...já não me reconheço! Só sei o que fui e não o que hoje sou, porque estou constantemente a ser agredida e assolapada pelas desilusões, pelos sentimentos, pela impotência de sair daqui para bem longe. Sinto um cansaço interminável e extremamente pesado, pesado demais para que eu própria consiga transportar sozinha...não sei para onde, nem até quando, mas que, por alguma razão persiste desde a hora a que me levanto até à hora que me deito, todos os dias.

Esta não é a minha vida, não a que sonhei para mim, quem tenha sido a pessoa que a furtou por engano, que a devolva porque eu não quero, nem sei viver assim!
Peço-te a ti, que não conheço, devolve a minha alma, a minha alegria e a vontade de um dia contigo viver, pois tenho medo do escuro e de sozinha morrer!



09.Abril.2008
Cristina Espalha

sábado, 1 de janeiro de 2011

Páscoa

Embora a minha vida seja um turbilhão de emoções, que muitas vezes, nem eu mesma sei como digeri-las da melhor forma e sinto que me detesto por ser boa pessoa para quem não merece, a todos os meus amigos, desejo-vos uma Santa e Feliz Páscoa.
Que esta semana seja uma semana repleta de momentos únicos, de paz, harmonia e amor, e não seja só a altura dos doces e bens materiais, porque há muita coisa boa p'la qual nada neste mundo possa ser comprada...
Portem-se à altura de seres humanos com coração dignos de qualquer manifestação de carinho, ternura e amor!
Bjs p´ra todos vós que sabéis quem são!


20.Março.2008
Cristina Espalha

Flash Memories, It's a Glass of Water, Empty

Há dias em que o vazio é iminente, faz-nos recordar, ao som de uma música, num dia de Inverno, aqueles momentos em que fomos felizes, pedaços de tempo perdidos na escuridão de um passado que não volta.
E após uma análise profunda damo-nos conta de que estamos sós e infelizmente bem acordados.
Sonhos...foram apenas meros sonhos...Que saudades tenho em dormir e rever-me em todos aqueles momentos que guardo dentro de mim...
Se me fosse dada uma oportunidade única de voltar a ser feliz, sem ter que acordar, agarrá-la-ia com toda a força do meu amor!
Será que o meu ser merece ser contemplado com esta oportunidade??
Até quando mereço viver a ilusão de um presente "cor-de-rosa" que tendo tudo, não tem nada?


15.Março.2008
Cristina Espalha

Desabafo

A beleza das coisas não está em bens materiais, nem na inteligência, nem na afluência a pronunciar palavras caras, mas sim, no melhor que os nossos olhos conseguem alcançar e no que o coração sente...
Para se amar alguém não é necessário ter peças de roupa caras ou de marca, carros topo de gama, basta simplesmente ter sentimentos e um grande coração!
As paixões vêm e vão, o amor fica!



29.Fevereiro.2008
Cristina Espalha

Love

Sinto-te dentro de mim, possesso e ansioso por sair a explorar o que de melhor trazes contigo.
Eu sei...eu sei...ninguém te compreende, ninguém te quer...
Um dia o sol brilhará tão intensamente que, apenas o olhar de quem te merece, invadido pela força dessa luz, será digno de ti!
E juntos desfrutarão de plena harmonia, envolvendo-se mutuamente numa cumplicidade única, onde os sentimentos dançarão ao sabor do vento e as estrelas serão a orquestra!



28.Fevereiro.2008
Cristina Espalha

Estado de Espírito

Sinto-me sozinha, arrastada pela corrente que me tráz de mão dada até à areia molhada...
Quanto mais remo em direcção ao barco do Amor, mais depressa estou em Terra!
Não sei para onde ir, nem a quem me dirigir, sinto-me presa dentro de mim, tem dias em que nada faz sentido e desejo não continuar mais aqui...outros, são eternos vazios que castigam o meu ser que aos poucos e poucos vão tirando o melhor de mim, o sorriso, a alegria e a constante energia.
A minha vida é um castelo de nada onde procuro um tudo, que faça de mim uma pessoa melhor e feliz!
Queria encontrar-te, mas já não sei de mim, nem tenho forças para andar, por isso procura-me, encontra-me e ama-me assim como sou...Não me deixes aqui perdida, na escuridão do meu tormento, a morrer no silêncio, rotulada de vilã, por entre lençóis de seda e colchas de lã.


23.Fevereiro.2008
Cristina Espalha