No momento, apenas sentiu uma dor aguda, numa das partes de seu corpo mais escondidas, a nádega direita, depois, de uma espécie de esfolamento na sua imaculada e macia mão direita, onde o ardor e o quente proporcionados p'la queda, dominaram por completo o seu pensamento.
Minutos depois, uma voz feminina, e em parelha com outras, perguntou: "estás bem?". A minha irmã gémea, apesar do impacto, respondeu ainda comedida com a dor: "Sim, estou".
No fim do dia a sua mão tenra, leve, encontrava-se inchada, dorida, com uma cor situada entre a cor da pele, o vermelho e a tendência para o negro...a nádega, essa, apenas dorida e sentida sempre que a necessidade de se sentar era imposta.
Já passava das 22hr quando começou a sentir umas fortes dores na coluna, impedindo-a de apanhar qualquer objecto cáido no chão, uma dor de cabeça perfurante e irritante, que lhe provocava a sensação de gotas de álcool etílico sobre uma ferida aberta. A arder, cambaleando, depois de ter passado por uma sessão de gelo localizada, tomou o alívio para todos os males menores, o famoso, Ben-u-Ron, deitou-se e rezou para que no dia seguinte tudo não tivesse passado de um pesadelo.
...
Minha irmã gémea havia acordado, no dia seguinte, após uma longa noite, uma longa manhã e uma longa tarde, de repouso. As suas dores tinham sido atenuadas, como se de uma recompensa se tratasse, continuava com dores na coluna, mas em diversos pontos, de forma mais aceitável, sua mão mantinha-se inchada, mas com a cor a que se habituara desde muito nova a olhá-la, a sua nádega mantinha-se dorida e reticente em colocar o peso corporal sobre ela, sempre que havia necessidade do sentar.
Desapareceram as dores de cabeça, dando lugar a uma harmonia mental que jamais se conseguiria ter na véspera.
Uma simples queda tomou a posse do seu corpo durante pelo menos, até ao momento, dois dias, mas não conseguiu tomar a posse da sua força interior!
A minha irmã gémea tivera sorte, fora uma queda sem consequências irreversíveis.
Com um pequeno exemplo vivo em casa, é a minha função alertar-vos para estas quedas, inocentes ou culpadas, reversíveis ou não, basta apenas uma, para fazer uma rotação de 180º à nossa vida.
Se puderem, tenham cuidado!
23 e 24.Fevereiro.2009
Cristina Espalha
Cristina Espalha
(História baseada em factos verídicos)
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