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domingo, 2 de janeiro de 2011

Até Quando??

Na nossa vida há sempre algo que nos toca profundamente, de tal maneira que parecemos anestesiados, pode ser uma música, um momento, uma pessoa, um olhar, um beijo, um adeus...
Na minha, houve de tudo um pouco, afinal esse tudo é o que nos acaba por transformar como seres humanos e a amadurecer a nossa personalidade.
Um dia dedico-me a escrever um livro, não um livro de poesia (esse está pensado e espero poder ter a forma, a textura e o volume em minhas mãos, como um sonho tornado realidade), mas um livro baseado numa história verídica.
O gosto pela escrita sempre foi das poucas coisas que resistiu com o tempo, e que de vez em quando é notado nas linhas que escrevo. Maior é o elogio quando uma professora de Português me incentiva a escrever um romance, dizendo que tenho tudo para o conseguir. Um dia...um dia, quando a monotonia for maior que a minha esperança de ter uma vida melhor da que tenho agora, arrisco a escrever uns rascunhos diariamente.
Por agora, a desmotivação encontra-se instalada na poltrona do meu ser, e enquanto estiver sentada, sinto-me inerte, vazia, sem um caminho a seguir. Quem diria, sentir-me assim aos 27 anos, eu que sempre sonhara em casar aos 26 - continuo solteira - a vida que imaginei em nada se parece com a actual, estou sempre a viver as dificuldades, sinto que perdi os meus sonhos, pois quando faço uma retrospecção interior vejo absolutamente nada, apenas EU.
Há 3 meses que estou em casa, à procura de trabalho, sem grandes motivos de alegria para sair de casa, sinto saudades das pessoas, de momentos que passei, sinto a falta de ser eu própria, principalmente independente. Em casa há sempre qualquer coisa para fazer, mas isso não cativa a minha alegria, se for a pensar nisso, raramente tenho aberto a boca, apenas para sorrir (não um sorriso, tipo, "colgate", mas um sorriso espontãneo).
Acho que estou a ficar velha...este ano já vou para a casa dos 28 anos, solteira, sem filhos, sem trabalho, sem casa e sem carro, Chega a ser frustante, pois quando saio à rua a primeira coisa que vejo são raparigas com 18 anos, até com menos idade e já grávidas, outras estão para se casar ou então têm papás ricos.
Não sei se feliz ou infelizmente, não tenho nada disso. Sempre tive uma vida difícil, tive de lutar para conseguir dar um passo em frente, assim me sinto neste momento, triste e cansada.
É difícil não esmorecer, não desistir quando tudo aponto no sentido oposto do caminho que queremos seguir.
Não quero que este pensamento, ou desabafo, seja, por quem lê ainda as minhas palavras, considerado como um lamento, mas o facto é que desde alguns dias que me ando a sentir um pouco em baixo, com uma vontade enexplicável de chorar e deitar cá para fora toda a tristeza que tenho vindo a coleccionar.
No silêncio da noite, sozinha, dou por mim com a lágrima no canto do olho, a pedir algum conforto, uma ajuda à minha avó, na esperança que, onde quer que ela esteja, me oiça e me tire desta escuridão.
Sou por excelência uma pessoa resistente por ainda aqui estar, teimosa e com força interior, característica apontada pelos meus amigos, mas até quando???  :(


14.Março.2009
Cristina Espalha

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