As lágrimas por meu rosto entristecido escorriam como se de uma cascata se tratasse, ainda no romper da manhã...Ouvira palavras de uma argúcia dureza que me ferira o coração trespassando-o por uma lança.
Oh que mal fizera eu?! Porque me haveria de prostrar perante aquele olhar informaticamente contaminado, e simultaneamente ingrato?
O sono abandonara o meu corpo e apenas o pesar dos meus olhos se mantinha, a picar o ponto, num relógio laboral.
Não me saía da mente a iniquidade de que tinha sido vítima. Mais uma vez, os meus esforços foram anulados, vi o cartão vermelho e o silêncio instalou-se, não como uma manobra de diversão, mas como recurso, evitando assim, mais um tormentoso confronto.
Não haviam mais palavras, apenas lágrimas, lágrimas que falavam por mim...esgotei-as quando me deleitei naquele ombro, onde me esvaí de desabafos emaranhados e amachucados ao longo do tempo, no meu interior.
Sentia por fim, uma leveza, um sossego, as lágrimas secaram, o sono não voltou, mas a minha alma adormeceu secretamente junto de quem mais sinto falta, de quem já aqui não está...
Cristina Espalha
17.Janeiro.2011
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